Este blog é destinado a divulgaçao cientifíca e projetos do Programa PIBID bem como assuntos relacionados a Química

Artigos e projetos





DIFICULDADES NO APRENDIZADO DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL NAS LICENCIATURAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS

Antonia de ABREU SOUSA (1); Jorge Luiz FERREIRA DA SILVA (2); Sergimar Kennedy de PAIVA PINHEIRO (3) Ezequiel GOMES CORREIA (4)
(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Av. Contorno Norte, 10-Parque Central
Distrito Industrial- Maracanaú-Ce – Ceará, (085) 38786367, antonia@cefetce.br
 (2) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, jorgeluizfs@yahoo.com.br
(3) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, sergimarkennedy@hotmail.com
(4) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, ezequiel-chemistry@hotmail.com

RESUMO

O presente artigo apresenta reflexões acerca das dificuldades de aprendizagem, da disciplina de Cálculo Diferencial e Integral, especialmente na Licenciatura de química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – Campi Maracanaú. É importante observar que o Cálculo é uma das disciplinas mais tradicionais do Ensino Superior de Ciências Exatas e tem como base referencial para a compreensão do desenvolvimento científico e tecnológico os estudos de Newton na Inglaterra e Leibniz na Alemanha, há mais de trezentos anos.  Apesar de sua importância e atualidade como conhecimento, o ensino do Cálculo, ainda preserva sua estrutura original, sendo considerada uma das disciplinas onde se apresentam as maiores dificuldades de aprendizado. Para amenizar tal situação, propõe-se um Curso de Introdução, objetivando revisar os principais conteúdos de matemática, base necessária para o estudo de Cálculo, além da urgência de mudar a maneira como essa disciplina é trabalhada em sala de aula. É preciso tornar o aprendizado de Cálculo mais interessante, aplicá-lo a problemas práticos da vida cotidiana.

Palavras-chave: Cálculo – Dificuldades – Aprendizagem.

 

1 INTRODUÇÃo


Muitos estudos apontam as dificuldades no ensino e aprendizagem de Cálculo Diferencial e Integral, com destaque para (Cury, 2005), (Fleming e Luz, 1999), (Soares e Sauer, 2004), os problemas evoluem como em uma bola de neve, pois são acumulando no decorrer de toda a educação básica, culminando no ensino superior. Esta problemática, conforme os pesquisadores supracitados resultam da forma como os conteúdos de matemática são estudados nos ensinos fundamental e médio, com muitos “macetes” e fórmulas decoradas, sem a compreensão verdadeira dos conceitos básicos.
No ensino superior das Ciências Exatas, em especial nas Licenciaturas, se encontra um paradigma de educação baseado no modelo tradicional de ensino, no qual a metodologia utilizada é, em boa parte, apenas expositiva, centrada na fala do professor, e os conceitos são apresentados como verdades inquestionáveis, como algo pronto e acabado, sem a preocupação de torná-los significativos. Os alunos, após a aula, resolvem uma série de exercícios que, muitas vezes, não exigem criatividade, reflexão e novos conceitos. Estes alunos não são envolvidos afetivamente com a disciplina e muitas vezes questionam a importância desta dentro do curso por não entenderem seus objetivos. Isto ocorre, em geral, pelo fato do conteúdo ser trabalhado de forma descontextualizada.   Desta maneira, perpetua-se o desenvolvimento nos estudantes das mesmas habilidades de memorização e reprodução da educação básica. Os alunos, por sua vez, possuem maus hábitos de estudos e, costumeiramente, não buscam sua autonomia quanto à aprendizagem, permanecendo dependentes do professor ou outros sujeitos. Logo, as falhas no processo de ensino e aprendizagem, podem ser oriundas da metodologia adotada pelo professor, da postura do aluno, de algum fator da instituição de ensino superior (IES) ou de alguma combinação das três.
  Na tentativa de amenizar esses problemas, propõe-se a realização de um Curso de Introdução ao Cálculo com tópicos em Matemática, o qual deverá ser cursado pelos recém aprovados no vestibular para os cursos de Licenciatura. Nesse curso serão incluídos conceitos básicos da matemática. A idéia é que os alunos cheguem mais preparados para enfrentar as abstrações intrínsecas do Cálculo e que os professores tenham maiores e melhores condições de trabalhar problemas de aplicação e outras situações, trazendo mais dinamismo para as aulas.

2 O CÁLCULO E AS LICENCIATURAs




A disciplina de Cálculo(1) tem como ponto de partida a história da matemática. Nessa história o cálculo se apresenta em dois momentos: antes das descobertas de Newton e Leibniz, entre o século XVII e XVIII. Existe, porém, divergências que informam que Issac Newton (1642-1727) e Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) teriam inventado o cálculo. Mas, é importante dizer, que antes da descoberta, por volta do século XVII, já se tinha alguma noção das principais idéias do cálculo, que eram conhecidas pela comunidade matemática desde a época dos antigos gregos. (BARBOSA, 2009).
Entre os gregos Arquimedes de Siracusa (287-212 a. C) usava o conceito de limite para calcular áreas e volumes de várias formas planas e sólidas, foi quem primeiro propôs um método capaz de fornecer o valor. Outra descoberta foi a curva descrita por uma pedra lançada no ar –  a parábola. (BARBOSA, 2009).
Para Newton e Leibniz, o cálculo era mais do que o resumo dos problemas geométricos, estudados pelos matemáticos gregos como Arquimedes. Newton e Leibniz reformularam o antigo conceito de cálculo compreendido como método geométrico, estabelecendo a conexão dos problemas mecânicos como os geométricos.  
Já Leibniz usou a noção de cálculo diferente de Newton e a relacionou a ideologias, talvez por estar mais perto da filosofia, passou a ver o cálculo de modo abstrato. Vários debates e posicionamento se fizeram ao longo do desenvolvimento das Ciências.  Podemos dizer que o cálculo desenvolveu-se entre conflitos e descobertas em função das mudanças históricas.
Conforme Thomas (2002), a princípio, o Cálculo foi inventado para atender às necessidades matemáticas dos cientistas dos séculos XVI e XVII. O Cálculo Diferencial tratou o problema de calcular taxas de variação, permitindo a definição dos coeficientes angulares das curvas, da velocidade e da aceleração de corpos em movimento e determinação dos ângulos, além de prever quando os planetas estariam mais próximos ou mais distantes entre si.
O Cálculo Integral trabalhou com o enigma de determinar uma função a partir de informações a respeito de sua taxa de variação, possibilitando o cálculo da posição futura de um corpo a partir de sua posição atual, conhecendo-se as forças atuantes sobre ele, a determinação das áreas de regiões irregulares no plano, do volume e da massa de sólidos arbitrários e a medição do comprimento de curvas, ou seja, os estudos no Cálculo sempre estiveram ligados às tecnologias de cada época, não sendo diferente na atualidade.
O Cálculo como disciplina escolar passa a ser chamado de Cálculo Diferencial e Integral, mudando a visão da matemática, quebrando a barreira da especialização e fornecendo elementos fundamentais ao ensino dessa ciência.
Dessa forma, a exploração do conceito de Cálculo Diferencial e Integral, desde as últimas décadas do século XIX, começou a se manifestar em diferentes países com a preocupação em modernizar o ensino da matemática desenvolvido nas escolas secundárias, especialmente, por meio da introdução de novos conteúdos. Essa preocupação se originou da percepção de que a matemática, ministrada nesse nível de ensino, estava em descompasso com as exigências impostas pelo novo contexto social, político e econômico. Com o desenvolvimento desta ciência, ocorrido nos últimos séculos e com a forma que era trabalhada enquanto disciplina universitária, não tinha sentido ensinar matemática pela matemática. A proposta era que os cursos deveriam contemplar as relações existentes entre as diferentes áreas da matemática e a matemática e as outras áreas do conhecimento. (MIORIN, 1999).
O Cálculo Diferencial e Integral é, hoje, disciplina básica e consta da matriz curricular de todo curso da área de Ciências Exatas das Universidades, principalmente nas licenciaturas de matemática, química e física, pode ser observada a problemática que se constituiu, ou seja, de um conhecimento que deveria ser prático e prazeroso, para um conhecimento obsoleto, sem significado real. Esta disciplina é conhecida, nas licenciaturas vinculadas as ciências exatas, por seu alto índice de reprovação e de evasão. Por esta razão, além de contar com pouca simpatia dos alunos, causa-lhes uma certa apreensão e expectativa negativa, predispondo-os ao insucesso.
3 RESULTADO DE PESQUISA NO IFCE – CAMPI /MARACANAÚ . 

Os dados revelam que as principais dificuldades apresentadas pelos alunos são: a baixa qualidade do ensino em matemática, o ensino descontextualizado e a falta de uma formação adequada dos professores para trabalhar os conteúdos.
Foram entrevistados 30 alunos (as) da Licenciatura de Química, sendo quinze do primeiro semestre e 15 do segundo semestre. A análise das entrevistas demonstra que apenas 40% conseguirão ser aprovados na disciplina, sendo que 10% por meio de avaliação final – AF e 60% ficaram reprovados, trancaram ou desistiram do curso.
As dificuldades no domínio dos conteúdos, deficiência do ensino fundamental e médio representa a maior dificuldade apontada pelos alunos, dentre os conteúdos o destaque é para:
-Relações Trigonométricas.
- Operações matemáticas.
- Estudo das funções (sinais, conjuntos, intervalos).
- Manipulação algébrica.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelos estudos realizados pelos pesquisadores já citados, e também pela experiência profissional e relato de colegas através de entrevistas, percebeu-se que os alunos sentem muita dificuldade na disciplina de Cálculo, por ser abstrata e por não encontrarem muita aplicabilidade na vida cotidiana. O próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) informa que são altíssimos os índices de reprovação nos cursos de Cálculo. Conforme Lopes (1999), nas mais variadas áreas do conhecimento, como Licenciaturas, Engenharias, Tecnologias etc. Para Lopes é preciso um diagnóstico sistemático que permita prever, calcular, aperfeiçoar, medir e analisar o desempenho de dos alunos, além de avaliar as experiências bem sucedidas que beneficiam o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes.
Assim sendo, propomos a criação de um Curso de Introdução ao Cálculo para trabalhar conceitos básicos da matemática que são indispensáveis para o ensino e aprendizagem de Cálculo. O curso abordará os conteúdos referentes a manipulações algébricas, operações e funções. Poderá ser realizado nos meses de janeiro ou julho introduzindo uma cadeira no primeiro semestre antes de cursar a disciplina de cálculo, podendo ser realizado durante os dias úteis ou aos sábado, dependendo da conveniência para os alunos, professores e Instituições de Ensino Superior. Assim quando as aulas de cálculo tiverem início, os alunos estarão mais preparados e o professor não vai ficar “perdendo tempo” com conteúdos considerados pré-requisitos (que serão revistos no Curso), tendo mais incentivo para tratar problemas e temas mais interessantes e aplicados do Cálculo.
Com o Curso de Introdução, tanto o professor quanto os alunos serão beneficiados, pois não haverá tanta heterogeneidade entre alunos. Além do que, sobrará mais tempo para o professor trabalhar os conteúdos de derivadas e integrais mostrando suas aplicações para resolver problemas vivenciados no dia a dia do estudante universitário, com a possibilidade de ser compreendido por um maior percentual de alunos. 
A sociedade atual está cada vez mais exigente quanto ao profissional do magistério ou Professor, buscando nesses profissionais soluções práticas e imediatas para os problemas de suas respectivas áreas. Desta forma, é de extrema importância que os alunos, ao cursarem a disciplina de Cálculo, aprendam não só a resolver expressões ou equações, mas que compreendam a sua finalidade aplicada à realidade, resolvendo problemas que são de interesse social.
A proposta de um Curso de Introdução tem como finalidade auxiliar o professor, o aluno e as instituições de ensino superior e, enfim a sociedade, propiciando um curso de Licenciatura o universitário vislumbre novos horizontes, sintam-se capazes de aprender e de ensinar, conseguindo conhecer, reconhecer, reproduzir e criar novas aplicações dessa ciência em sua vida.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
CURY, H.N. Aprendizagem em Cálculo: uma experiência com avaliação formativa. In: XXVIII Congresso Nacional de Matemática Aplicada e Computacional. Santo Amaro, 2005.
FLEMING, D.M. e LUZ, E.F. Tendências atuais no ensino das disciplinas da área de matemática nos cursos de engenharia. In: XXVII Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia, Natal, 1999.
LOPES, Artur. Algumas reflexões sobre a questão do alto índice de reprovação nos cursos de Cálculo da UFRGS. Sociedade Brasileira de Matemática. Rio de Janeiro, n.26/27, p.123-146, jun./dez. 1999. (Matemática Universitária).
SOARES, E.M.S. e SAUER, L.Z. Um novo olhar sobre a aprendizagem de matemática para a engenharia. In: Disciplinas matemáticas em cursos superiores. (Cury, H.N. ed) PP 245-270, Porto Alegre: Edipucrs, 2004.
THOMAS, G.B. Cálculo. Vol 1. Tradução: Boschcov, P. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2002.
MIORIN, Maria A. Introdução à história da matemática. São Paulo: Atual, 1998.
BARBOSA, Marcos Antonio. O insucesso no ensino e aprendizagem na disciplina de cálculo diferencial e integral. Universidade Federal do Paraná. Dissertação de Mestrado, 2009.


[1] A palavra cálculo é derivada do latim, calculus, de raiz etimológica da palavra calç ou calx, que significa pedra calcária, origina a palavra cálcio e giz e sempre teve a associação com pedras para contagem (BARBOSA, 2009).

Pesquisa realizada por alunos da lic.química do IFET-CE


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DISCIPLINA DE QUÍMICA: FATORES QUE LEVAM OS ALUNOS AO DESINTERESSE
Antonia de ABREU SOUSA 01 (1); Tássia PINHEIRO DE SOUSA 02(2); Maria Juliete FERREIRA DE SOUZA 03 (3); Maria da Glória ARAÚJO COSTA 04 (4) Marcos Douglas ALMEIDA BRASIL05 (5)
(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Av. Contorno Norte, 10 – Parque Central
Distrito Industrial- Maracanaú – Ceará, WWW.cefetce.br, (085) 38786367, Antonia@cefetce.br
(2) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, taty_piaui@hotmail.com
(3) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, julyethlobo@hotmail.com
(4) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, glorinha_dj@hotmail.com
(5) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, dougbrasil467@hotmail.com

RESUMO

Este trabalho teve como finalidade levantar e identificar o que interfere, diretamente, no baixo desempenho, tanto no ensino quanto na aprendizagem, da disciplina de Química. Metodologicamente, se inscreve como um estudo de caso, tendo como campo de pesquisa a Escola Adahil Barreto, no Município de Maracanaú. Identificamos, por meio de perguntas feitas aos professores, alguns fatores que levam às dificuldades e ao desinteresse do aluno por essa área do conhecimento. Destacando: estudos de Química iniciados tardiamente, falta de estrutura nas escolas, más condições de trabalho, poucos recursos didáticos, falta de laboratório, baixa cultura dos alunos, falta de formação dos professores e falta de base matemática nos alunos.
Palavras-Chave: Química – Alunos – Aprendizagem


1. INTRODUÇÃO

A Química é a ciência da matéria e das mudanças. O mundo da Química inclui tudo que nos rodeia, seja animal, vegetal ou mineral, está a nossa volta, envolve todo o avanço da tecnologia. Ao longo das transformações do desenvolvimento humano, a Química foi fator preponderante, desde a descoberta do fogo.
Sem percebermos fazemos acontecer várias reações químicas a todo o momento em nosso cotidiano, desde a mais simples até as mais complexas, como: cozinhar, dirigir, aplicação de produtos como agrícolas, agrotóxicos, aditivos alimentares, tintas, vernizes, fibras têxteis, produção do vidro, material de limpeza, refrigerantes e até mesmo no simples ato de abrir a geladeira.
Dessa forma, podemos dizer que a Química é uma ciência prática e se apóia nas observações da natureza. O laboratório é o lugar onde estas observações são feitas sob condições controladas de forma que os resultados podem ser reproduzidos. Por isso se depreende a importância de que toda escola tenha um bom laboratório e que o professor possa demonstrar para os alunos que eles podem fazer descobertas importantes para a humanidade e assim tenham interesse em apreender com prazer os conhecimentos químicos sistematizados pela humanidade.
Segundo Brady e Humiston,
(...) a intensidade com que a Química tem modificado a nossa civilização é evidente por toda a parte. Boa parcela de nossas roupas, os automóveis e outros objetos de uso cotidiano são feitos de materiais que simplesmente não existiam na virada do século. Os remédios criados nos laboratórios tornaram as pessoas mais saudáveis e, através da cura de doenças, prolongaram suas vidas. (Pág. 2, 2006).
Diante do contexto de dificuldades da aprendizagem da Química, este trabalho apresenta pesquisa na escola de Ensino Médio Adahil Barreto Cavalcante, localizada no Conjunto Timbó, Município de Maracanaú , Região Metropolitana de Fortaleza. Atualmente, o Município tem 42.870 alunos matriculados (dados de 2008), sendo que, destes números, 13.131 são alunos do Ensino Médio, onde o campo dessa pesquisa está inserido.
A referida pesquisa teve como finalidade levantar e identificar questões que interferem, diretamente, no baixo desempenho, tanto do ensino quanto do estudo da disciplina de Química. Identificamos, por meio de conversas com os professores e alunos, dois fatores que levam ao desinteresse do aluno por essa área do conhecimento. É importante ressaltar que não são apenas esses fatores que se devem ser levados em conta, mas, são pontos decisivos e que merecem atenção especial, por parte de todos que são envolvidos na educação escolar.

2. SOBRE A ESCOLA ADAHIL BARRETO CAVALCANTE

A Escola Adahil Barreto foi fundada em março de 1983 e é uma instituição estadual de ensino com 26 anos de efetivo exercício. Iniciou suas atividades oferecendo o Ensino Infantil e Fundamental. Posteriormente ofereceu o Ensino Médio, mas com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9394/96, que dividiu as responsabilidades de cada ente federado, e também com o FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização dos Profissionais da Educação – que destinava recursos para o ensino fundamental, as escolas estaduais foram extinguindo o Ensino Infantil e repassando para o Município o Ensino Fundamental assumindo somente o Ensino Médio. Este processo ocorreu gradativamente, para que a população não ficasse prejudicada com relação à falta de vagas, por isso a escola optou retirar uma serie por ano. (BRASIL, 1996).

3. A PESQUISA

Muitos questionamentos surgem porque a Química, sendo em sua essência uma área experimental, e que envolve o dia-a-dia do ser humano, é vista como um “bicho de sete cabaças” pelos estudantes do Ensino Médio, como mais uma matéria cheia de cálculos e teorias decorativas. Um exemplo deles é o questionamento: “porque os alunos, sem mesmo conhecer a Química, têm pavor pela mesma e não suporta estuda – lá?” Assim, duas questões foram elaboradas para serem respondidas pelos professores, sendo a primeira: Como é o primeiro contato do aluno com a Química? Segunda: Qual (quais) a (s) principal (is) dificuldade (s) para a aprendizagem de Química.
Na escola pesquisada, alguns professores elencaram dificuldades para o ensino de Química: falta de estrutura, más condições de trabalho, poucos recursos didáticos, laboratório pouco estruturado e falta de atenção por parte de alguns alunos.
De acordo com as falas dos professores da escola pesquisada e a publicação da matéria da revista Época, “A escola que os jovens merecem” (2009), não se pode aprender fórmulas só a partir de livros, é necessário entar nos laboratórios. Segundo dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, 39 milhões de alunos estudam em escolas sem laboratório de ciências (2009).
Para o professor de Metodologia do Ensino de Ciências Biológicas da faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Nélio Bizzo, “três em cada quatro alunos do Ensino Médio estudam em escolas sem laboratório, mas também não adianta ter um laboratório sem investimento na estrutura”, mas diz que isso não é desculpa para prender os alunos a fórmulas “torturantes” (Pág. 76, 2009).

3.1 Questão 1: Como é o primeiro Contato do Aluno com a Química?

O primeiro contato que os alunos têm com a química é ruim:
Os estudantes iniciam seus estudos em Química no 9º ano do Ensino Fundamental na matéria de Ciências, tendo contato também com Física e Biologia. Como, no Ensino Fundamental, os professores são divididos para ensinar quatro disciplinas, acabam por ter que ministrar matérias que não estavam em sua formação acadêmica. Assim, professores e estudantes ficam frustrados por não suprir as expectativas nas aulas. Por exemplo, para cada turma são destinados dois professores que dividem as matérias. (FALA DO PROFESSOR A).
De acordo com a LDB nº 9.394/96, no artigo 35 e 36 da seção IV do Ensino Médio, observa-se a preocupação em relação a continuação dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental para que haja o prosseguimento dos estudos. O IV parágrafo do artigo 35 afirma que a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. Já o primeiro capítulo do artigo 36 diz que deve- se destacar a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes, o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura. E o segundo parágrafo do mesmo artigo diz que deve ser adotadas metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes. Como isso será possível? Professores lecionando sem a formação específica, além da falta de professores para o ensino das ciências exatas e da própria língua materna? (BRASIL, 1996).
Conforme a matéria da revista Época (2009), e fonte do INEP (2009), o Ensino Médio é a etapa em que há maior carência de formação de professores. O gráfico 1, mostra o percentual de professores que assumem disciplinas mesmo sem ter formação na área específica.

Gráfico 1 – Professores Sem Formação Específica Para Área do Conhecimento que Ministra – Ensino Médio – Brasil.

Lingua portuguesa 18%
Biologia 28%
História 29%
geografia 31%
Matemática 40%
Química 44%
Física 60%

Fonte: INEP/2009 (Adaptado).


3.2 Questão 2: Qual (is) a (s) principal (is) Dificuldade(s) Para Aprendizagem de Química.

Sabendo que a Matemática é de fundamental importância na vida do individuo, levando em conta também que ela contribuiu para a construção das primeiras máquinas modernas, o aluno que a domina consequentemente terá uma maior assimilação e compreensão das outras matérias exatas – Física e Química – proporcionando-lhe também maiores oportunidades.
Portanto, o segundo fator constatado foi à dificuldade no domínio da Matemática, sabendo que essa dificuldade vem da base, que é o Ensino Fundamental; os alunos passam de ano sem saber executar as quatro operações matemáticas básicas, haja vista que para os alunos a Química é algo matemático, cheio de fórmulas difíceis de serem utilizadas. Esse é o motivo do grande medo que eles têm da Química – que vai além desses cálculos.
De acordo, ainda, com os professores de Química da escola pesquisada, existem dificuldades na assimilação dos conteúdos devido “a falta de cultura” dos alunos, pois existe um apego desde cedo às novelas, músicas sem letras, programas que não tem nenhum ponto de conexão entre o assunto abordado com a química, portanto não são preparados para o raciocínio químico. (FALA DO PROFESSOR B).
Esta fala do professor B encontra apoio na concepção interacionista de desenvolvimento que advoga a idéia de interação entre organismo e meio, e vê a aquisição de conhecimento como um processo construído pelo indivíduo durante toda a sua vida, não estando pronto ao nascer nem sendo adquirido passivamente graças às pressões do meio. Experiências anteriores servem de base para novas construções que dependem, todavia, também da relação que o individuo estabelece com o ambiente numa situação determinada.
Para Vygotsky (1984), a interação é baseada na concepção de um organismo ativo, cujo pensamento é construído paulatinamente num ambiente que é histórico, e essencialmente social. Ele defende a idéia de continua interação entre as mutáveis condições sociais e a base biológica do comportamento humano. Partindo de estruturas orgânicas elementares, determinadas basicamente pela maturação, formam-se novas e mais complexas funções mentais, a depender da natureza das experiências sociais a que as crianças se acham expostas.
Veronezi, Damasceno e Fernandes destacam em seu trabalho “Funções Psicológicas: Origem Social e Natureza Mediada” que, de acordo com a teoria sócio-histórico-cultural de Vygotsky, a origem das mudanças que ocorrem no homem, ao longo do seu desenvolvimento, está vinculada às interações entre o sujeito e a sociedade, a cultura e a sua história de vida, além das oportunidades e situações de aprendizagem. Para o desenvolvimento do individuo, as interações com os outros, além de necessárias, são fundamentais, haja vista que os alunos são portadores de mensagens da própria cultura (2005).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto do ensino de Química, muitos são os fatores identificados para sua aprendizagem, tais como: a não utilização da experimentação, a ênfase dada ao ensino de classificações, regras e definições voltadas somente ao preparo para as provas de vestibulares e como consequência um ensino descontextualizado em que o conhecimento químico parece distante da realidade dos alunos. Entretanto, entendemos que o ensino da Química pode proporcionar conhecimentos que permitam ao aluno uma reflexão mais crítica e consciente sobre problemas inseridos no seu contexto social.
Sabendo que para que haja um ponto de ligação entre os neurônios e a futura matéria estudada é necessário que haja pontes de ligação. Como tudo o que vemos pensamentos ou fazemos fica armazenado em nosso cérebro seria importante também que houvesse um estimulo bem cedo para que o indivíduo possa desenvolver pensamentos científicos, portanto, seria interessante que os alunos das series iniciais recebessem estímulos para o estudo das ciências com conteúdos básicos de acordo com a faixa etária, com jogos educativos, cartilhas com personagens infantis que também estão descobrindo o porquê das coisas. É necessário estimular as crianças desde cedo para que sintam curiosidade em descobrir coisas novas. Assim teríamos cidadãos conscientes e menos desinteressados e até mesmo mal informados das coisas a sua volta o que traria beneficio inclusive econômico.
Esclarecendo a problemática do Ensino Fundamental: um professor A fica responsável pelas aulas de Português, Matemática, Inglês e Artes, e um segundo professor B fica responsável pelas aulas de Geografia, História, Ciências. Até ai tudo bem, mas, a preocupação é que como um professor formado em Historia, pode ministrar aulas de Ciências (Química e Física) sem uma formação necessária, se nem ao menos ele tem cadeiras dessa área na faculdade. Isso acarreta no Ensino Médio alunos com déficit de aprendizagem.
É notório que a escola Adahil Barreto tem empreendido esforços para que nesse sentido, ou seja, para que os alunos tenham uma boa aprendizagem e que possam levar os conhecimentos adquiridos para o seu dia-a-dia. Os professores, apesar das dificuldades, procuram se empenhar para proporcionar aulas agradáveis e dinâmicas, mesmo sentindo resistência por parte dos estudantes em participar das aulas e até mesmo das práticas laboratoriais, devido a cultura arraigada que aula boa é a que se pauta na resolução somente de exercícios. Entendemos que é preciso melhorar a formação dos professores, definindo o mesmo por área, e também, como processo permanente. É necessário ainda melhorar o Ensino Fundamental no tocante aos conteúdos matemáticos e consequentemente das ciências exatas.

REFERÊNCIAS

ARANHA, Ana. A escola que os jovens merecem. Revista Época, nº 587, agosto de 2009.

BIZZO, Nélio. A escola que os jovens merecem. Revista Época, nº 587, agosto de 2009.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Senado Federal. Brasília, 1996.

_______. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira – INEP. Censo do Professor. Brasília, 2009.

BRADY, James E.; HUMISTON, Gerard E. Química Geral, 2º Ed. Volume 1, Rio de Janeiro, 2006

VERONEZI, Rafaela Júlia Batista; DAMASCENO, Benito Pereira; FERNANDES, Yvens Barbosa. Funções Psicológicas Superiores: Origem Social e Natureza Mediada, Universidade Estadual de Campinas, 2005.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo, Martins Fontes, 1984.

Site da Prefeitura Municipal de Maracanaú: www.maracanau.ce.gov.br. Acesso: dezembro de 2008.

Pesquisa realizada por alunas de Licenciatura em Química do Ifce-maracanaú


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A MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE MARACANAÚ

Antonia de ABREU SOUSA 01 (1); Elida SOLON 02(2); Maria Juliete FERREIRA DE SOUZA 03 (3)
(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Av. Contorno Norte, 10 – Parque Central
Distrito Industrial- Maracanaú – Ce – Ceará, (085) 38786367, antonia@cefetce.br
(2) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, elida_solon@hotmail.com
(3) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, julyethlobo@hotmail.com

RESUMO

Este trabalho faz uma breve caracterização da educação básica no Município de Maracanaú, com a finalidade de discutir o processo de municipalização do ensino fundamental, ocorrido com as reformas da educação brasileira implantada a partir da Emenda Constitucional nº 14 de setembro de 1996 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394 de dezembro de 1996, identificando o quadro atual. Metodologicamente, pode ser definido como um estudo de caso, que tanto utilizou dados colhidos na Secretaria Municipal de Educação, quanto leituras teóricas. Consideramos que o processo de municipalização do ensino fundamental impulsionou o crescimento das matrículas do ensino médio.

Palavras-Chave: Municipalização Ensino Fundamental – Maracanaú.


1 INTRODUÇÃO
As reformas empreendidas na educação brasileira a partir de novo ordenamento jurídico, Emenda Constitucional n° 14/96, que criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do Magistério – FUNDEF e da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n° 9.394/96 – LDB, teve como bandeira principal a implantação da municipalização das responsabilidades pela oferta de ensino.
Os municípios deveriam atender prioritariamente o ensino fundamental e a educação infantil, incluindo-se as creches, que com a nova LDB passaram a compor a etapa inicial da educação básica. Aos estados competiria atender em regime de colaboração o referido ensino fundamental e principalmente o ensino médio; enquanto à União restaria o ensino superior e funções supletivas e redistributivas na educação básica. (BRASIL, 1996).
Em Maracanaú o processo de municipalização ocorre em função da política educacional agressiva do governo estadual. O Ceará foi o estado que mais rapidamente repassou às administrações municipais o atendimento ao ensino fundamental, chegando em 2005 a atender na rede estadual somente 11,88% dos 1.726.560 estudantes matriculados na educação básica. (AGUIAR, 2002).

2 BREVE CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MARACANAÚ E DA POLÍTICA DE MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL
2.1 Situação socioeconômica do Município de Maracanaú
Maracanaú localiza-se na região Metropolitana de Fortaleza, distando 20 km, capital do estado. Seu nome tem origem tupi e quer dizer lagoa onde os maracanãs bebem, em função da grande quantidade ds aves (maracanãs) que sobrevoavam as lagoas. Foi elevado à categoria de Município, por meio da lei estadual nº 1.0811, de 04-07-1983, emancipando-se de Maranguape. (SOUSA, 1996).
Possui o segundo Produto Interno Brasileiro – PIB do estado do Ceará, o equivalente a R$ 2.196.620 mil e o PIB per capita de R$ 11.330,00, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (BRASIL, 2005).
A população foi estimada pelo IBGE, em 2008, em 199.808 habitantes. Em 2000, último censo populacional brasileiro, essa era de 179.732 habitantente, sendo 179.170 residentes na zona urbana e 562 na zona rural, com densidade demográfica de 1.779,81 hab/km² e taxa de urbanização de 99,68%. (BRASIL, 2001).
Entre os municípios que formam a Grande Fortaleza, Maracanaú é o terceiro colocado em termos de contingente populacional, abaixo somente de Fortaleza e Caucaia. Em termos estaduais, é o quarto mais populoso do Ceará.
Maracanaú sofreu um vertiginoso crescimento populacional, motivado principalmente pela construção de vários conjuntos habitacionais, que exerceram forte atração junto à classe trabalhadora de Fortaleza, expulsa de seu espaço físico pela falta de condições de sobrevivência e forçada a se abrigar na área periférica do Distrito Industrial e ainda do trem metropolitano que liga Maranguape/Fortaleza, o Sanatório de Maracanaú (hoje Hospital Municipal), a Colônia Antônio Justa, o Instituto Carneiro de Mendonça – Centro de Reabilitação de Menores.
Maracanaú tem uma economia centrada fundamentalmente no setor industrial, sendo que:
• Agropecuária: 0,10%
• Indústria: 76,30%
• Serviços: 23, 60%
Assim sendo, o Município de Maracanaú tem sua vocação econômica assentada no algodão herbáceo sequeiro; plantas aromáticas e medicinais; preparação de britamento e outros trabalhos em pedras (não associados à extração); produtos de laticínio (exceto leite); artefatos têxteis de tecidos (exceto vestuário); artigos para cama e mesa e colchoaria; biscoitos e bolachas; calçados de couro, plástico, tecidos, fibras, madeira ou borracha; fungicidas; herbicidas; defensivos agrícolas; massas alimentícias; material elétrico para veículos (exceto baterias) e medicamentos. (BRASIL, 2005).

2.2 Política de municipalização do ensino fundamental
A Secretaria de Educação do Município de Maracanaú seguiu as orientações do sistema estadual de ensino , havendo uma aceitação total do processo de descentralização do ensino fundamental. Assim sendo, a Secretaria implementou mecanismos para assegurar condições reais para o recebimento dos alunos do ensino fundamental matriculados na rede estadual.
Tabela 1 – Matrículas do Ensino Fundamental, por Dependência Administrativa – Maracanaú – 1997 – 2006
Anos Total Municipal Estadual Federal Privada
1997 40.852 26.177 14.675 -------------------- -------------------
1998 46.439 30.570 15.869 -------------------- ------------------
1999 52.532 32.408 14.915 -------------------- 5..209
2000 53.308 37.146 11.976 -------------------- 4.882
2001 51.227 35.893 10.417 -------------------- 4.917
2002 51.536 36.179 9.710 -------------------- 5.647
2003 49.420 35.794 7.845 --------------------- 5.781
2004 46.178 34.323 6.226 -------------------- 5.629
2005 45.064 34.333 4.732 -------------------- 5.999
2006 44.282 33.817 4..321 -------------------- 6.144
Fonte: MEC/INEP – Censo Escolar, 1997 a 2006.
Elaboração: autoras.

Os dados referentes ao período de 1997 a 2006, período de vigência do FUNDEF, expressos na tabela1, mostram que a rede estadual em 1997 era responsável por 14.675 matrículas no ensino fundamental e chega em 2006 com matrícula de apenas 4.321 alunos, comprovando assim a implantação e o sucesso do projeto da municipalização, encampado pelo governo municipal.
Dessa forma, a política de colaboração Estado-municípios teve como resultado a aceleração da municipalização do ensino fundamental. A partir de 1997, se nota a mudança na inflexão da curva de oferta do ensino fundamental público pelo Poder municipal, chegando em 2006 a 90%. A municipalização do ensino fundamental foi responsável, em parte, pela expansão do ensino médio na rede estadual, conforme os dados da tabela 1. Em 2006, a rede estadual desponta como a maior responsável pelas matrículas no ensino médio em Maracanaú. A rede federal não apresenta matrícula no ensino fundamental e rede particular segue estável.

3 EFEITOS DA MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO E O QUADRO ATUAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM MARACANAÚ
O município de Maracanaú tem, em 2008, matrícula total de 76.062 alunos na educação básica distribuídos entre as redes municipal, estadual federal e privada. A rede pública desse Município responde por 62.376 matrículas sendo hegemônica na condução do ensino e na formação de crianças jovens e adultos. De acordo com a tabela 2, a rede municipal recebeu a maior parte dos alunos da rede estadual, matriculados no ensino fundamental, apresentando estabilidade, sem tendência de crescimento, a rede estadual repassou os alunos do ensino fundamental, mas cresce com a expansão do ensino médio, mesmo com ligeira queda a partir de 2005, com relação a rede federal os dados são insuficientes para análise, haja vista que só constam no censo escolar de 2008, referentes à 2007, já a rede privada a tendência é de queda acentuada, saindo em 2000, de 25.105 matrículas e chegando, em 2008, com 13.686 alunos matriculados.
Tabela 2 – Matrículas da Educação Básica, por Dependência Administrativa – Município de Maracanaú 2000 – 2008
Anos Total Municipal Estadual Federal Privada
2000 96.008 47.991 22.912 -------------------- 25.105
2001 91.325 41.947 24.720 -------------------- 24.658
2002 94.260 43.539 24.900 -------------------- 25.821
2003 95.722 43.953 25.727 -------------------- 26.042
2004 88.843 38.515 24.235 -------------------- 26.093
2005 84.980 47.136 21.970 -------------------- 15.874
2006 82.618 47.908 20.821 --------------------- 13.889
2007 76.361 45.739 18.243 -------------------- 12.379
2008 76.062 45.289 16.897 190 13.686
Fonte: MEC/INEP – Censo Escolar, 2000 a 2008.
(1) engloba ensino regular e supletivo, Educação Infantil, Especial e Ensino Técnico .
Elaboração: autoras

• Escolas que ministram ensino fundamental: 119
• Escolas que ministram ensino médio: 19
• Escolas de ensino profissional: 1
• Taxa de alfabetização: 86,24%
• Taxa de escolaridade do ensino fundamental: 99,98%
• Taxa de escolaridade do ensino médio: 37,70%
• Taxa de escolarização do ensino fundamental: 100%
• Taxa de escolarização do ensino médio: 46,88% (BRASIL, 2006).
A estrutura político-administrativa é centrada na Secretaria Municipal de Educação que possui coordenadorias de planejamento e controle, coordenadoria de educação que é responsável pela formação e planejamento pedagógico, coordenadoria administrativa que realiza os acompanhamentos nas escolas e conta com parcerias de órgãos com a Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação – CREDE órgão descentralizado da Secretaria de Educação do Estado – SEDUC. Conta, ainda, com o Conselho Municipal de Educação que tem como função acompanhar o trabalho dos gestores, visitas às escolas, fiscalizar e cobrar o bom desempenho do ensino municipal. A formação continuada desses gestores é realizada bimestralmente. É importante, ressaltar que a coordenadoria de planejamento funciona também como ouvidoria, uma das maiores reclamações é a deficiência nas estruturas físicas de algumas escolas, porém existem várias escolas modelos no Município de Maracanaú, existe também insuficiência de vagas e falta de livros didáticos.
Para melhoria da educação de Maracanaú, se encontram em fase de implantação no Plano Municipal, diretrizes gerais (2008-2011 Planos Diretores), propostas para unificar todo o programa de ensino fundamental do Município.
A política educacional da Secretaria Municipal de Educação é implantada por meio de projetos e programas, a partir de convênios financiados com o Ministério da Educação e também com recursos próprios, ou parcerias dentre eles:
Programa Olhar Brasil/ EJA (Educação de Jovens e Adultos)
Programa Mais Educação existente em 17 escolas, onde os alunos ficam dois períodos (manhã e tarde), o período que não estão estudando participam de atividades extras como oficinas e atividades esportivas.
Gestar/ Gestão da Aprendizagem escolar, uma espécie de reforço escolar nas disciplinas de língua portuguesa e matemática.
Em todas as escolas do Município existem:
PPP - Projeto político pedagógico
PDE - Plano de desenvolvimento pedagógico


4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No Município de Maracanaú o ensino fundamental é cerca de 90% municipalizado, com diretrizes políticas que visam a melhoria da escola pública e o atendimento a todos os estudantes, é necessário ressaltar que a maior parte dos alunos estão matriculados na rede pública. Há uma demanda pela expansão do ensino médio e também pelo ensino técnico, haja vista que os jovens buscam a sua profissionalização. É possível detectar muitas problemáticas dentre elas a falta de estrutura física de muitas escolas. .

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

AGUIAR, Rui Rodrigues. O Regime de Colaboração no Ceará. In: Gestão Educacional para onde vamos? (Orgs.) GOMES, Candido Alberto. Em Aberto. Vol. 19. Nº. 75. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira, 2002.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Senado Federal. Brasília, 1996.
_______. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Censo Populacional e Demográfico de 1991/2000. Brasília, 2001.
_______. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. PIB – 2005. Brasília, 2005.
_______. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Censo Populacional: estimativa. Brasília, 2008.
_______. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira – INEP. Taxa de Analfabetismo, número de escolas e esclarização no Brasil. Síntese de 2006. Brasília, 2006.
_______. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira – INEP. Censos Educacionais de 1997 a 2008. Brasília, 2009.
SOUSA, Antonia de Abreu. A implantação do FUNDEF no Município de Fortaleza. Mimeo, 2009.
SOUSA, Manoel Alves. Maracanaú: História e Vida!: O vôo das maracanãs auriverdes e o pouso dos ventos da industrialização. Fortaleza: Tropical, 1996.

Pesquisa realizada por alunas da licenciatura em Quimica do ifce-maracanaú,Juntamente com Antonia Abreu,professora da instituição