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domingo, 17 de abril de 2011

Plutônio em Fukushima torna a crise nuclear 'imprevisível'

A descoberta de plutônio no solo da usina nuclear de Fukushima e a alta radiação na água levaram o governo japonês a admitir que a situação é "muito séria" e continua fora de controle no país. Na última segunda-feira foram detectadas pequenas quantidades de plutônio no solo da usina nuclear que, embora não representem risco à saúde, comprovam que houve vazamento de um dos seis reatores da central.

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, qualificou como "imprevisível" a situação de Fukushima, no nordeste do Japão, o que exige atenção constante das autoridades. Desde sábado, a situação na usina se agravou e os trabalhadores da empresa operadora, a Tepco, continuam as tentativas de refrigerar seus seis reatores, mas a cada dia enfrentam uma nova dificuldade.

O tsunami provocado pelo terremoto de 9 graus na escala Richter, com ondas de até 13 metros, prejudicou o sistema elétrico da central que é necessário para esfriar os reatores que abrigam barras de combustível nuclear. Nesta terça-feira, tentou-se mais uma vez drenar a água radioativa que inunda a zona de turbinas perto dos reatores 1, 2 e 3. Este último é o que mais preocupa por conter um combustível que mistura urânio e plutônio, e é altamente tóxico.

O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, muito crítico à atuação da Tepco, pediu o monitoramento da saída de plutônio da usina e disse que é provável que o material detectado provenha de barras de combustível fusionadas parcialmente. Mas ele ressalvou que as quantidades de plutônio detectadas são as mesmas que podem ser encontradas no ambiente.

AIEA e Tepco - Enquanto isso, em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) assinalou que a composição do plutônio sugere que ele procede de um reator, embora tenha destacado que se trate de pequenas quantidades. Para as autoridades japonesas, a prioridade agora em Fukushima é continuar lançando água sobre os reatores, além de drenar as zonas inundadas.

Na segunda-feira, os operários da Tepco, além de detectar plutônio, confirmaram o risco de que água radioativa chegue ao exterior por um condutor que rodeia o reator 2. No entanto, a Agência de Segurança Nuclear do Japão assegurou que não há confirmação de que essa água radioativa tenha chegado ao mar e afirmou que os níveis de água nos canais que conectam os reatores 1, 2 e 3 se mantêm estáveis.

Esses encanamentos se encontram a entre 55 e 70 metros de distância do mar e foram escorados com sacos de areia e blocos de cimento pelos operários. A cada dia, a Tepco e a Agência de Segurança Nuclear têm que atender a uma nova emergência na central, enquanto o porta-voz do governo oferece várias entrevistas coletivas por dia para dar sua versão dos fatos. O Executivo japonês prometeu "transparência" na gestão de uma crise nuclear e pediu "sangue frio" aos países estrangeiros para que evitem um alarmismo excessivo.

E o primeiro governante estrangeiro a visitar o país desde o terremoto será o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Ele desembarca em Tóquio na quinta-feira. Nos primeiros dias após a crise no Japão, a França qualificou a situação na usina de Fukushima como uma "catástrofe nuclear".



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